
Marcela Arruda
Secretária Municipal de Gestão de São Paulo. Presidente do Fórum Nacional das Secretarias Municipais de Administração e Gestão das Capitais — FONAC. Doutoranda e Mestre em Gestão e Políticas Públicas pela FGV EAESP. Advogada. Especialista em Direito Administrativo, Eleitoral e Constitucional. Autora do livro Controle de Contas 2.0 – O TAG como aliado das políticas públicas e coautora dos livros “Os Tribunais de Contas e as Políticas Públicas” e “Os Tribunais de Contas e a Sustentabilidade – Governança e Controle no Enfrentamento das Mudanças Climáticas.”
Na mitologia grega, Atena nasceu da cabeça de Zeus já adulta e armada, símbolo da sabedoria e da estratégia. Protetora da cidade e da política, ela simbolizava a crença de que a liderança eficaz não se faz pela imposição, mas pela inteligência, visão de futuro e um forte senso de coletividade.
A lição ecoa nas obras clássicas de Platão, que imaginava uma pólis ideal governada por filósofos-reis, os mais preparados e virtuosos, e não pelos mais poderosos. Para ele, a política era a mais nobre das artes, a de organizar a vida em comum, uma tarefa que exige tanto conhecimento quanto coragem. Séculos depois, essas ideias ainda ressoam com urgência.
Nos dias de hoje, em que as cidades se tornam cada vez mais complexas e interconectadas, as lições da sabedoria antiga ganham nova relevância. O grande desafio da gestão pública é integrar conhecimentos, tecnologias e pessoas de forma a gerar soluções efetivas que melhorem a vida de todos. Foi com esse espírito que a Secretaria de Gestão da Prefeitura de São Paulo, responsável pela formulação de políticas e diretrizes relacionadas à gestão de 130 mil servidores públicos ativos, dos quais mais de 70% são mulheres, idealizou o projeto Elas SP, entre outros temas.
O Elas SP, por exemplo, se desdobra em múltiplas frentes, oferecendo às mulheres servidoras da Prefeitura de São Paulo uma trajetória completa de desenvolvimento. O projeto contempla a formação, a capacitação e o fortalecimento da liderança feminina, estimulando tanto habilidades interpessoais, como comunicação, negociação e trabalho em equipe, quanto competências técnicas, digitais e estratégicas. Ao abranger diversas áreas de atuação, o programa garante que as mulheres estejam preparadas para atuar com confiança, criatividade e protagonismo, ocupando espaços de decisão e contribuindo para a inovação e a eficiência da gestão pública.
Dentro desse amplo escopo, uma das frentes mais transformadoras do projeto é a capacitação em tecnologia, com foco em inteligência artificial. Parcerias que envolvem os conhecimentos internos e grandes empresas do setor têm possibilitado workshops, lives, oficinas e, mais recentemente, uma Jornada de Aceleração em Inteligência Artificial Generativa, proporcionando às participantes o domínio de ferramentas digitais essenciais para inovar na administração pública.
Assim como as heroínas gregas que ousaram ultrapassar fronteiras, as participantes do Elas SP rompem barreiras simbólicas e concretas ao se inserirem em um campo tecnológico historicamente masculino e se tornam protagonistas de um futuro que está sendo desenhado agora. Não apenas aprendem a lidar com ferramentas, mas compreendem o poder transformador da inovação quando aplicada ao interesse público.
Dados recentes corroboram a importância dessas iniciativas. Em 2023, o Secretário Geral da ONU, António Guterres, afirmou que a perda resultante da exclusão de mulheres da esfera digital supera US$ 1 trilhão do Produto Interno Bruto dos países de baixa e média rendas na última década. Outros estudos do Fórum Econômico Mundial e da ONU Mulheres mostram que a inclusão feminina em setores de tecnologia e liderança pública não apenas promove a justiça social, mas também resulta em melhores tomadas de decisão, soluções mais criativas e um governo mais representativo da diversidade da população. A participação de mulheres na concepção e implementação de políticas públicas leva a resultados mais equitativos e sustentáveis.
Inspirar e capacitar mulheres para atuar com inteligência artificial não é apenas uma política de equidade. É uma decisão estratégica para ampliar horizontes da própria gestão pública. Afinal, cada vez que uma mulher encontra seu espaço para pensar, criar e decidir, toda a cidade se torna mais justa, criativa e resiliente.
Se Atena representava a fusão entre sabedoria e ação, as ações do Elas SP mostram que essa aliança continua sendo o maior motor de transformação da vida coletiva. Entre a pólis grega e a São Paulo de nossos dias, o que permanece é a certeza de que o futuro é tecido por mãos diversas e que a boa gestão pública deve ser, antes de tudo, um ato de confiança no potencial humano.
Na mitologia grega, Atena nasceu da cabeça de Zeus já adulta e armada, símbolo da sabedoria e da estratégia. Protetora da cidade e da política, representava a crença de que a liderança eficaz não se constrói pela imposição, mas pela inteligência, visão de futuro e senso de coletividade.
A lição ecoa em Platão, que imaginava uma pólis ideal governada por filósofos-reis, os mais preparados e virtuosos, e não os mais poderosos. Para ele, a política era a mais nobre das artes: organizar a vida em comum, tarefa que exige tanto conhecimento quanto coragem. Séculos depois, essas ideias continuam urgentes.
Hoje, em cidades cada vez mais complexas e interconectadas, a sabedoria antiga ganha nova relevância. O grande desafio da gestão pública é integrar conhecimentos, tecnologias e pessoas para gerar soluções que melhorem a vida coletiva. Foi com esse espírito que a Secretaria de Gestão da Prefeitura de São Paulo, responsável por 130 mil servidores ativos – mais de 70% mulheres – idealizou o projeto Elas SP.
O programa oferece às servidoras uma trajetória de desenvolvimento que abrange formação, capacitação e fortalecimento da liderança feminina. Estimula tanto habilidades interpessoais, como comunicação, negociação e trabalho em equipe, quanto competências técnicas, digitais e estratégicas. Ao contemplar diferentes áreas, garante que mulheres atuem com confiança, criatividade e protagonismo, ocupando espaços de decisão e contribuindo para a inovação e eficiência da gestão pública.
Entre as frentes mais transformadoras está a capacitação em tecnologia, com foco em inteligência artificial. Parcerias com especialistas e grandes empresas permitem workshops, oficinas e, mais recentemente, uma Jornada de Aceleração em Inteligência Artificial Generativa, que proporciona domínio de ferramentas digitais essenciais para inovar na administração pública.
Assim como as heroínas gregas que ousaram romper fronteiras, as participantes do Elas SP desafiam barreiras simbólicas e concretas ao se inserir em um campo historicamente masculino, tornando-se protagonistas de um futuro que se constrói agora. Não apenas aprendem a usar ferramentas, mas compreendem o poder transformador da inovação aplicada ao interesse público.
Dados recentes reforçam essa importância. Em 2023, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que a exclusão de mulheres da esfera digital resultou em perda superior a US$ 1 trilhão do PIB dos países de baixa e média renda na última década. Estudos do Fórum Econômico Mundial e da ONU Mulheres mostram que a inclusão feminina em tecnologia e liderança pública não apenas promove justiça social, mas também gera melhores decisões, soluções criativas e governos mais representativos. Quando mulheres participam da concepção e implementação de políticas públicas, os resultados são mais equitativos e sustentáveis.
Inspirar e capacitar mulheres para atuar com inteligência artificial não é só política de equidade. É uma decisão estratégica para ampliar horizontes da própria gestão. Afinal, cada vez que uma mulher encontra espaço para pensar, criar e decidir, toda a cidade se torna mais justa, criativa e resiliente.
Se Atena simbolizava a fusão entre sabedoria e ação, o Elas SP prova que essa aliança continua sendo motor de transformação da vida coletiva. Entre a pólis grega e a São Paulo de hoje, permanece a certeza: o futuro é tecido por mãos diversas e a boa gestão pública deve ser, antes de tudo, um ato de confiança no potencial humano.




